COISA NOVA CARDÁPIO

por Nereide Michel em 14/08/2024

O circuito curitibano de gastronomia é testemunha da diversidade de etnias que forma o perfil dos moradores da capital paranaense. Bandeiras de vários países colorem o cardápio dos restaurantes – um convite para conhecer um pouco da cultura de outros povos através das especialidades de sua cozinha.

Nada simboliza mais a culinária paranaense do que o pinhão. Afinal, é a semente gerada pela árvore símbolo do estado. Esta delícia típica do fiozinho curitibano é o ingrediente principal de um risoto que está atraindo moradores da cidade e turistas no restaurante Bávaro, que fica na Rua 24 Horas.

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O prato, além do pinhão, inclui tiras de alcatra e uma mistura de quatro queijos: muçarela, gorgonzola, parmesão e catupiry. O pinhão, além de ser uma iguaria tradicional do Paraná, é uma fonte rica em fibras, proteínas e vitaminas, proporcionando uma refeição nutritiva e versátil.

A culinária italiana, com a sua variedade de massas e molhos, é quase uma unanimidade entre os curitibanos. A caponata é presença certa no cardápio dos restaurantes com esta bandeira na cidade. Como a do DiLegno, que, conforme destaca Victor Broetto, capo do estabelecimento, trata-se de um antepasto tradicional da cozinha siciliana que inclui um conjunto de legumes e verduras confitados, até ficarem macios, no óleo de oliva. 

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Entre os vegetais que entram na receita do DiLegno estão berinjela, tomate, alcaparras, cebolas, abobrinha, pimentões e azeitonas. Nutritiva, leve e saborosa, é uma excelente escolha para abrir uma refeição-  acompanhada de pães e torradas. Segundo historiadores, a caponata surgiu na Sicília no século XVIII e, originalmente, incluía um peixe branco chamado capone. Com o tempo, a versão vegetariana, usando berinjela, tornou-se popular e ganhou diversas variações.

Tiraditos são especialidades da culinária peruana. Criativos e saborosos, podem ser degustados no Nuu Nikkei preparados pelo chef Carlos Alata que, aliás, dá uma nova roupagem à iguaria, mesclando técnicas ancestrais com uma pitada de ousadia. Semelhantes ao carpaccio italiano, são servidos com molho ácido e picante que realça o frescor das lâminas finas de peixe ou carne.

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No cardápio do restaurante as opções são: Padano (delicadas lâminas de peixe branco imersas em um molho de ajíes peruanos); Nikkei (finas lâminas de atum envoltas em um molho cítrico); Lima (camarões grelhados combinados com lâminas de peixe branco e edamame em um molho aji amarillo); Jalapeño (polvo selado com lâminas de atum) e Passion, lâminas de salmão servidas com molho de physalis e maracujá, finalizadas com coco crocante.

Trazido pelos eslavos para o Paraná, o goulash é um prato típico da Hungria e é muito bem-vindo durante o inverno quando as temperaturas caem e tudo o que se quer é uma sopa quentinha. Uma inspiração para o chef David Luigi Neu, que comanda a cozinha do Koré, do Qoya Hotel Curitiba, Curio Collection by Hilton.

Emelin Leszc / Divulgação

Todas as quartas-feiras, o buffet do Festival de Inverno do restaurante tem como um dos atrativos o Caldo Gulash, referência a um dos clássicos da cozinha europeia, acompanhado de Spätzle, creme azedo e queijo boursin. Outras opções também são temperadas com tradições regionais, como o Caldo de Quirerinha, da culinária lapeana, que os tropeiros levaram para outras paragens. Já para os apreciadores de frutos do mar, o chef David Beu reserva o Bouillabaisse, um prato, que conta a lenda, foi servido por Vênus a seu marido Vulcano para que ele dormisse enquanto ela se encontrava com Marte.

A culinária francesa é pródiga em pratos clássicos que ganham um capítulo especial na cultura do país da Olimpíada 2024. Um destes é o croissant, ligado à memória afetiva dos curitibanos desde que em 1985 o Chef Vergé, com esta especialidade, abriu as portas na cidade. E eis que ele retorna sob nova direção, graças à iniciativa da empresária Andrezza Fusaro,  que adquiriu este ano a franquia do empreendimento, com muitos planos para a sua expansão.

Rinaldo Franco /Divulgação

A confiança pelo sucesso do negócio vem do potencial e a história da marca – a nova proprietária já implementou inovações no cardápio sem deixar de lado as opções tradicionais, como os croissants Viva La France e o de salpicão, além dos sucos de morango e coco com leite. A primeira loja Chef Vergé, nova fase, já tem endereço: o ParkshoppingBarigüi.

A origem do croissant é atribuída aos padeiros de Viena, que, enquanto trabalhavam, ouviram o barulho que os otomanos faziam ao cavar um túnel para tentar invadir a cidade nos idos de 1683. Eles conseguiram dar o alarme e impedir o plano inimigo e o croissant, com seu formato em Lua Crescente,  surgiu como uma celebração deste momento histórico. Coube à austríaca Maria Antonieta levá-lo para a França e popularizar o seu consumo – hoje o croissant é imprescindível no café da manhã do parisiense.

Se a ideia é mergulhar na cultura culinária dos Estados Unidos, ela pode ser concretizada em um acolhedor restaurante pertinho da Pracinha do Batel. O The American Way Cafe & Food, sob o comando de Patrícia Scarpante, surgiu justamente com a proposta de trazer para Curitiba os atrativos de uma peculiar cozinha que absorveu diversas influências, com destaque para a europeia. Contudo, ela foi se adaptando ao estilo de vida dos seus habitantes – principalmente ao dos descendentes dos primeiros colonizadores. Por isso, waffles, panquecas, onion rings, burgers e corn dog são servidos a qualquer hora do dia – manhã, almoço, café da tarde ou jantar – na casa curitibana do Tio Sam. Na companhia de uma seleção de cafés autorais e milkshakers, pops entre várias gerações. No cardápio do The American Way não podem faltar, é claro, os tradicionais Cheesecake e Apple Pie.

Patrícia Scarpante /Divulgação

O Cheesecake ganhou cidadania americana assim que desembarcou em Nova York em meados de 1880 procedente da Europa. No país da bandeira estrelada ganhou uma versão de massa feita com bolacha triturada, manteiga e açucar, além do recheio de queijo e cobertura de frutas. É tão popular que tem até o seu dia de comemoração: 30 de julho devidamente celebrado no The American Way.

Abrasel / Divulgação

Apple Pie, um dos símbolos da cultura norte-americana – frequentemente associada a valores tradicionais e patriotismo – tem sua origem na Inglaterra. Mas foram os colonos europeus que levaram a tradição de fazer tortas recheadas para a América do Norte e popularizaram a de maçã, graças à sua abundância na região. Uma receita, incluindo a fruta e combinando açúçar e especiarias foi adotada rapidamente pelo Tio Sam. A tal ponto que passou a ser identificada com o próprio país como exemplifica a frase “as American as Apple Pie” – “tão americano quanto a torta de maçã”. 

A torta de maçã é um dos carros-chefes do The American Way, e uma das preferidas dos clientes para acompanhar o lanche da tarde. Tanto que foi escolhida por Patrícia Scarpante para participar, com o Cappuccino Clássico da casa, do circuito “Café com Pão”, que acontece em Curitiba até 31 de agosto, uma realização da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

O TOUR 

BRASIL

Restaurante Bávaro

Rua 24 horas, Visconde de Nacar

ITÁLIA

Restaurante DiLegno

 Rua Bispo Dom José, 2655

(41)3203-3575

PERU

Restaurante Nuu Nikkei 

Rua Fernando Simas, 333, Bigorrilho

FRANÇA

Chef Vergé

ParkshoppingBarigüi

HUNGRIA

Koré, do Qoya Hotel Curitiba, Curio Collection by Hilton

Avenida Sete de Setembro, 4211, Batel

(41) 3340 -4000

ESTADOS UNIDOS

The American Way Cafe & Food

Gonçalves Dias, 151, Batel

(41) 3121 2917